Em Minas, quando você se afasta da capital e, obviamente, aproxima-se do interior é assim: primeiro vem uma cidade que, dizem, é a “cidade da empada”. Aí você anda de carro e começam as placas dos restaurantes (restaurantes? Muitas vezes são barraquinhas disfarçadas de botecos ou botecos disfarçados de restaurantes o que, veja bem, não desmerece em nada o local):
“A legítima empada”.
A seguir, temos algo como:
“Aqui, a verdadeira empada”.
Em seguida:
“Aqui, a verdadeira legítima empada”.
Como não poderia deixar de ser, as placas se sucedem:
“Só aqui: a única empada verdadeira”.
“A empada legítima, verdadeira e deliciosa”.
“Pode esquecer o resto: aqui é que ocê (ocê mesmo) vai encontrá (idem) a verdadeira, legítima e deliciosa empada (patente requerida, uai)”.
Ok, posso ter exagerado um pouco em algumas das placas, mas não é divertido ver como a concorrência incentiva a economia de uma cidade (e todos ganham com isto)?
Não me tome como bairrista, leitor. Não é só em Minas que isto ocorre. Lembro-me de algo assim em Gramado, RS:
“Aqui, a verdadeira sopa no pão”.
Ao lado:
“Não, aqui é que tem a verdadeira sopa no pão, tchê”.
A idéia deve ser universal mesmo. Lamentavelmente, não temos placas como:
“Aqui, o verdadeiro e legítimo prefeito honesto”, “Somente aqui, vereadores que não aprovam pedaladas fiscais”, etc.
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